sábado, 16 de fevereiro de 2013

Corinthians x Palmeiras e o ilógico não-favoritismo

Pergunte para alguém com um pouquinho de lógica explicando que o confronto dessa tarde de domingo no Pacaembu será entre o atual campeão do mundo e um dos 4 times rebaixados do último Brasileirão se ela apostaria dinheiro no primeiro com alguém que se atrevesse a apostar no segundo time citado. Provavelmente apostaria.

Acrescente ainda que após o título mundial o primeiro se reforçou qualificando ainda mais seu elenco enquanto o segundo ainda que tenha se reforçado não tenha trazido nenhum nome de “peso”. Pergunte se a pessoa toparia dobrar o valor da aposta. Provavelmente toparia.

E acrescente ainda que além dos reforços trazidos o primeiro time não perdeu nenhum de seus principais jogadores e que o segundo time perdeu dois dos seus melhores jogadores. Pergunte se triplicaria a aposta. Provavelmente.

Dinheiro fácil, ainda mais quando se sabe que como mandante, 90% do estádio será de torcedores do primeiro time. 3 pontos ganhos para ele, certo?! Errado!

Não é nada com o Corinthians (o primeiro time): tradicional, vencedor, organizado.

Mas, caro amigo lógico, questionador e racional que vê nesse jogo a chance de ganhar uma grana fácil, se você gosta de regras, o futebol brasileiro em mais de cem anos tem algumas. Anota essa no seu caderninho: “Não subestime um gigante do futebol nacional” e embaixo dessa, outra: “Clássico aqui não tem favorito”.

O Palmeiras vive um momento terrível, talvez o mais amargo de sua história, e que coincide com o melhor momento da história do seu arquirrival. É muita coisa! E que poucas camisas suportariam. A do Palmeiras vai suportar. Os gigantes dormem mas não morrem.

O time do Palmeiras é sofrível. E sua torcida sabe. Sob a batuta do zagueiro Henrique, com lampejos do nada craque Márcio Araújo e com reforços de pouco brilho chegando a equipe de Gilson Kleina vai tentando se encaixar, se entender e no meio de muitas perguntas ainda sem respostas que pairam sobre a cabeça do torcedor, vai tentando achar forma.

O Corinthians tem condições de golear domingo? Tem. E pergunte a qualquer corintiano se ele acha que vai perder. Não acha!

Agora pergunte para um palmeirense a importância que vencer o Corinthians no domingo tem para ele e seu time. Muito maior.

Todo mundo quer vencer clássico. Todo mundo quer. Mas o jogo de domingo vale mais para o Palmeiras que para o Corinthians.

A Libertadores é uma espécie de busca por dignidade para o time alviverde. E como está na série B e vai jogar poucos clássicos no ano, os clássicos no Paulistão também estão na sua “rota da dignidade”.

O mundo não acaba para ninguém se perder domingo. Mas o clássico traria um sorriso nos tristes rostos alviverdes. Também traria aos alvinegros. Mas um motivo pra sorrir vale mais para o triste que para o já alegre, certo?!

Um palpite para domingo? De jeito nenhum. Eu não sou louco!

A lógica pode até dar e o Corinthians vencer. Se o jogo encaixar, o Corinthians engole o Palmeiras.

Mas, lógica? No futebol brasileiro? Não. O mistério “indesvendável” da beleza do futebol brasileiro faz com que um jogo qualquer entre dois rivais em momentos distintos não seja de forma alguma um jogo qualquer mas um jogo importante em que torcedores dos dois lados (e até dos outros times) não queiram perder de forma alguma.

Sobre a importância do jogo para o campeonato, não sei. A discrepância técnica dos grandes para os pequenos nos falidos Estaduais permite que pontos perdidos nos clássicos sejam facilmente recuperáveis. O jogo vale mais que 3 pontos.

É de um lado um querendo jogar mais terra no túmulo do rival e do outro um morto-vivo tentando despertar. Imperdível. É domingo de decisão.

E esse é só mais um Palmeiras x Corinthians na história em que lados se invertem constantemente na gangorra da auto-estima. Quem vai sorrir e quem vai chorar dessa vez?

Abraço,

Jefferson Fernandes.

P.S.: Esse é meu primeiro texto e críticas são muito bem-vindas! 

Obrigado ao Arthur Guedes pelo espaço! 

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