domingo, 23 de fevereiro de 2014

O dia B

                                                                              (Foto: André Durão)
Dentro das brincadeiras e rivalidade boa, há quem diga que o Fluminense tem uma certa dificuldade e desconforto com a sigla B. Hoje, realmente, demonstrou ter. Foi engolido pelo time B do Botafogo, onde perdeu por 3 a 0 em uma partida pouquíssima inspiradora.

O alvinegro - surpreendendo a todos - entrou com uma postura ofensiva, ditando o ritmo do jogo. Os primeiros minutos foram do Botafogo, onde o time deteve a maior posse de bola e criou as chances. Entretanto, mesmo tendo a maior posse de bola, o time não criou chances tão perigosas.

O tricolor, aos poucos, foi equilibrando a partida. Conseguia desafogar as jogadas sempre na genialidade do argentino Conca. Este mostrou mais uma vez o quão diferenciado é. De longe, foi o melhor do Fluminense na partida e só não marcou o seu gol, porque o goleiro alvinegro, Helton Leite, estava em uma tarde inspirada. Mas, isso é papo para logo mais.

O time tricolor estava muito lento em seus contra-ataques e nas próprias puxadas de ataque mesmo. Facilitou por demais o trabalho defensivo alvinegro. E por falar em sistema defensivo do Botafogo, este esteve bastante desleal na partida inteira. O número de faltas, no Brasil, sempre foi altíssimo, entretanto, as pancadas distribuídas, principalmente, pelo volante Aírton foram notoriamente maldosas. Felizmente, para o Botafogo e Conca, ele foi substituído pelo Gabriel, que continuou a dar pancadas, mas um pouco menos maldosas.

O primeiro gol alvinegro veio ainda no primeiro tempo, onde o Henrique acertou um belo chute de primeira e fora da área, após uma tirada errônea do Bruno. O sistema defensivo tricolor se mostrou novamente ser a parte mais fraca do time.

Na segunda etapa veio o segundo gol alvinegro, novamente com o Henrique. As entradas de Jorge Wagner (que chutou a bola no lance do 2° gol do Henrique) e do Lodeiro (perto do fim) deram um "up" no time B do Botafogo. E aproveitando o embalo e o Flu atordoado, Júnior Cesar cruzou e o bom Bolatti acertou um belo chute de primeira. Alí víamos um Botafogo muito confiante e superior, e um Fluminense pouquíssimo inspirado e, principalmente, sem confiança.

Perto do fim, tivemos ainda um pênalti à favor do Fluminense bastante polêmico. Eu vou explicar:

Houve um chute de fora da área bem forte e a bola, primeiramente, acertou a barriga do zagueiro alvinegro, Dankler, e, posteriormente, a mão. O juiz não pensou duas vezes e marcou. Eu, sinceramente, não considerei pênalti. A bola veio em uma velocidade altíssima, na qual torna qualquer toque involuntário. E a bola ainda desviou na barriga do Dankler. Foi um lance completamente involuntário. Fred reclamou, voltou, bateu e perdeu. A fase do centro-avante tricolor e da seleção brasileira não é boa. O seu futebol é, mas a fase não.

O pênalti perdido foi o estopim para a saída do torcedor tricolor do estádio e para o apito final do juizão. Clássico finalizado e vitória do Botafogo, no dia B.

Por fim, gostaria apenas de destacar duas coisas:

1) O trio de arbitragem merece palmas. Sinceramente, eles conduziram a partida de forma justa e correta. Houveram dois gols do Fluminense acertadamente anulados. Infelizmente, a meu ver, erraram apenas na questão do pênalti, que, felizmente para ele, não influenciou na partida. Quando eles vão bem é preciso também elogiá-los.

2) E o meu último destaque vai para o goleiro reserva, Helton Leite. Foi bastante seguro - diferentemente do Renan - e coroou sua participação com a defesa do pênalti. Quero ver mais deste goleiro.

Grande abraço,

Arthur Guedes.