quarta-feira, 19 de junho de 2013

Lar, doce lar!

Foto: EFE
O povo estava distante, desacreditado, porém estava com uma pontinha de pólvora, na qual sempre torceu para que se acendesse novamente. Era um amor bandido. Viviam brigados, mas sempre torciam pela volta. Essa era a relação entre a seleção brasileira e seus torcedores.

A seleção brasileira não convencia há tempos. O torcedor, por sua vez, não se rendia até que uma boa atuação viesse. Entraram e saíram treinadores. A esperança do torcedor por uma boa atuação e, consequentemente, a reconciliação só aumentara. Mas essa história se arrastou até os tempos atuais. Ou melhor, se arrastou até hoje.

Mas quisera Deus que essa relação, que vivera entre tapas e beijos desde 2010, tivesse um fim em Pernambuco. E teve. Sabe aquela mínima atuação boa que a torcida sempre esperou para entregar-se aos braços do Brasil novamente? Sim. Ela veio. Sabe aquela vontade de defender a pátria tão amada? Sim. Ela estava com os jogadores. Amigos, o Brasil voltou!

Mas calma, meu caro. Eu não digo isso me referindo ao resultado, ou até mesmo às atuações. Não foi nada de incrível, tirando a bela pressão que demos durantes uns 25 minutos. Eu digo isso, pois vi onze jogadores lutando com unhas e dentes por cada bola. Eu vi naquele elenco o velho companheirismo que sempre reinara nessa seleção brasileira. Aliás, que sempre reinou nesse nosso país. Em cada roubada de bola víamos um aperto de mão, um abraço. Ali cada um cuidara do outro. E todos cuidavam da seleção.

Sim, isso era para ser uma coisa natural e nem tanto valorizada. Mas eu não via isso há tempos e estou extremamente contente por assistir à isso novamente.

Desde o início nós vencíamos a partida. Desde aquela versão do hino nacional cantada por toda aquela nação. Aliás, esta que é a melhor e mais completa versão do hino. Como foi lindo e emocionante ouvir todos aqueles que lutavam por um país melhor, cantar de peito aberto. Como foi lindo assistir os jogadores acompanharem. Isso é o Brasil! E eles estão lutando por nós!

E essa força vinda das arquibancadas, serviu de munição para os nossos "guerreiros" da pátria amada. Eles estavam jogando leves. E quando um craque joga leve, meu caro, complica para os adversários. Neymar, o guerreiro que vivia a mesma situação da seleção anteriormente quanto à torcida, acertou uma bomba de primeira e nos fez pular, chorar e sorrir novamente pela seleção canarinho.

Nós continuávamos na pressão, que inicialmente provinha das arquibancadas. A cada grito da torcida, víamos mais vontade nos jogadores. Mais parecera um sonho.

Mas o ritmo foi diminuindo aos poucos. Porém ainda sim mandávamos na partida. Durante todo o primeiro tempo o nosso articulador, Oscar, pouco apareceu. De certa forma, não sentimos tanto, afinal jogadores como Marcelo, Neymar e Hulk sobressaiam.

Na segunda etapa ainda mandávamos na partida, mas o ritmo se mantera o mesmo: lento. As jogadas apenas ganhavam velocidade quando caíam nos pés do Neymar.

Aos poucos o México ia crescendo na partida. Entre cruzamentos e escanteios, o México tentava o seu gol, para evitar uma possível eliminação precoce. Mas não deu. A zaga brasileira mais uma vez se mostrou forte, tendo como ápice o David Luiz. Este desarmou sangrando, com algodão no nariz ou, simplesmente, 100%. O David mais uma vez mostrou o porquê de ser a dupla do Thiago Silva.

No fim, nosso guerreiro, Neymar, nos deu mais uma amostra da sua genialidade. Passou com um drible espetacular por dois marcadores e cruzou para Jô, o artilheiro do segundo tempo, marcar e fechar a conta.

O Brasil não foi mágico. Ele está longe de ser perfeito. Mas, meu caro, ele reconquistou aqueles que estavam apenas à espera de uma simples amostra de amor pela pátria tão amada. E ele nos mostrou que está junto conosco nessa briga por um país melhor, e por um título da Copa das Confederações e Mundo. O Brasil voltou para nós. E nós voltamos para o Brasil.

Um abraço,

Arthur Guedes.