segunda-feira, 1 de julho de 2013

Regidos pelo amor à patria

Foto:Ivan Pacheco
Seja nas ruas ou na arquibancada. Seja por um Brasil melhor ou pelo título. Independentemente do motivo o hino brasileiro foi cantado por milhões com a mesma vontade, emoção e esperança. A certeza também estava presente, afinal a nossa força é imensa. Nós transformamos onze jogadores em onze super-heróis. E pode ter certeza, meu caro, transformaremos o Brasil em um país melhor. Porque a nossa força é movida pelo amor. O amor pela pátria!

Talvez aquela seleção que jogou a Copa das Confederações não seja a sua predileta. Talvez aquele senhor que os comandou também não seja o seu predileto. Mas eles mostraram aquele genuíno e verdadeiro amor pela pátria que nós queríamos há tempos. E esse era um dos motivos da nossa "briga" com a seleção.

Talvez sejam apenas moleques, que tiram fotos para redes sociais. Mas estes moleques são aqueles que chutavam bola na rua após um jogo da seleção brasileira, imaginando estar lá. São estes moleques que sonhavam sempre a mesma coisa quando deitavam a cabeça no travesseiro. Ontem nós cantamos o hino por eles. Cantamos por diversos motivos que no fim resume-se apenas à um: a pátria!

Ontem, novamente vencemos o jogo naquele hino. Vencemos porque transformamos aqueles onze em onze super-heróis. E transformamos também aqueles onze "super-heróis" em meros onze jogadores espanhóis.

Eles sentiram que aqui o calor é diferente. Não é artificial, meu caro. E as pernas deles bambearam quando nosso camisa 9 abriu o placar deitado. Eles bambearam quando viram 72 mil pessoas pulando de alegria. Ali os gênios não conseguiam desenvolver a sua genialidade. Ah, o "tic-tac" tão elogiável e vangloriado pelo mundo inteiro? Deve ter ficado na fase de grupos, meu camarada.

O Brasil ali jogava o futebol tão invejado. O futebol que sempre foi dele. O Ranking da FIFA não concorda com isso. Mas não serão eles que estragarão a nossa festa. A opinião deles pouco me importa. Enquanto a seleção jogar deste modo, nós podemos estar em 100° no ranking deles. Vamos combinar? Eles ficam com os números e critérios deles e nós com o nosso genuíno futebol?

O "tic-tac" espanhol sempre esbarrava com a vontade de vitória brasileira. Ora com Luiz Gustavo, ora com David Luiz. Aliás, o David foi o cara que mais me encantou pelo seu amor à pátria. E não digo isso por conta de ontem. Digo isso, pois o acompanhei a Copa inteira. Em certos momentos era um bocado violento, mas era pelo excesso de vontade de defender aquela nação. A nossa nação.

Mas o nosso craque ainda apareceria antes do intervalo para levantar milhões de pessoas. O nosso craque recebeu a força de todos nós para dar aquele "bico" indefensável para o gol de Casillas. Ele precisava disso. Nós precisávamos disso. O Neymar cresceu com o Brasil. E nós aprendemos a aplaudir aquele que nos encanta.

Os espanhóis cansaram de substituir. Aliás, se eles pudessem trocar o time inteiro, trocariam. Mas o nosso maior craque eles não tinham no banco. E este, meu amigo, ninguém tem além de nós.

Nós pularíamos mais uma vez da arquibancada/sofá quando o Fred marcara o 3° logo no início da segunda etapa. Nós mais parecíamos estar num sonho de moleque. E eles num pesadelo, no qual não sabiam como acordar.

Eles bem que tiveram uma chance de voltar à partida com um pênalti. O Sergio Ramos perdeu. Mas, meu caro, aquela bola nunca entraria. Ali no gol com o Júlio Cesar estavam mais uns milhões de pessoas e o Sérgio Ramos poderia repetir a cobrança umas dez vezes que erraria as mesmas dez. Aquele era o nosso sonho, e o relógio deles não iria nos despertar.

Estava na hora de voltarmos a comemorar. E voltamos!

E você, que torceu o nariz para o Brasil até a final, a cada gol mesmo não querendo demonstrar um sentimento sequer, por dentro você estava orgulhoso e emocionado. Você se prendeu e privou-se de um momento deste por um motivo bobo. Mas você ficou orgulhoso. Nós também!

Cada abraço com a torcida após os gols era apenas um dos exemplos do amor à pátria. Sabe aquela vontade da criança de mostrar aos pais o que aprendeu na escola. Então, eles queriam nos mostrar o que fizeram em campo. E, sinceramente, nós, pais, estamos muito orgulhosos de você, Brasil.

Um grande abraço,

Arthur Guedes.