domingo, 15 de março de 2015

Fut7: Emoção aliada aos velhos problemas do futebol

Foto: Arthur Guedes
Tem menos jogadores em campo e, consequentemente, no plantel. Tem - por agora - menos visibilidade e, em detrimento disso, menos investimento. O futebol de 7 teria todos os motivos para ser uma modalidade com os toques de emoção já conhecida do nosso tradicional futebol, entretanto com menos 'problemas' e erros. Correto? Errado. A Federação é tão falha quanto ao de futebol de 11, e a arbitragem...Idêntica! (Sim, isso não é bom!).

Eu tive, neste domingo, a grande oportunidade de acompanhar uma partida referente ao Campeonato Carioca de Futebol de 7 (famosa Taça Rio), entre Vasco da Gama e Olaria, na Arena Akxe, Barra da Tijuca. De antemão vos afirmo que a Arena é muito bem estruturada, bonita e escondida. Infelizmente apenas acompanha a partida quem está, de fato, seguindo a competição ou caso seja familiar ou cônjuge dos atletas. Uma modalidade que anda crescendo com veemência sofre, também, com falta de público. Desta vez, por um motivo básico: logística. Esse 'problema' nos é familiar, né?

"A Federação não está dando essa contra-partida para a gente. Você pode perceber...Estamos jogando aonde? Na Arena Akxe ou no Iate Clube. Qual é a média de público que você tem? É muito pequena! Eu sempre falo aos atletas e sugiro à Federação que os jogos deveriam ocorrem em locais públicos, para que o 'povão' pudesse assistir, porque seria bom para os anunciantes - que teriam mais visibilidade da sua marca - e para os atletas que sentiriam mais o calor da torcida e, com isso, marcaríamos mais uma popularização do esporte.", declarou Hélio Menezes, treinador e gestor do Olaria.

No transcorrer da partida comecei a perceber um outro 'problema' tão familiar: arbitragem. O nível dos árbitros (ao menos, nessa partida) estava bem abaixo do necessário. Presenciei a uma atuação - como vou dizer... - meio negligente em relação ao time do Olaria e super-protetora em relação ao Vasco da Gama. Eram faltas inexistentes que foram marcadas, e faltas claras que eram ignoradas. Era evidente a falta de preparo ou - quiçá, pois não tenho quaisquer provas - uma má vontade perante ao clube de menor investimento. 

Outro ponto a ser destacado é a disparidade existente entre os "clubes grande" e "clubes pequenos". É claro que a diferença de patrocinadores e investimento era inevitável. É esperado. Entretanto, analisando mais de perto, pude perceber que existe um abismo entre esses clubes. A começar pelo "profissionalismo". Os atletas do Vasco da Gama, por exemplo, recebem um salário como jogador de futebol de 7. Já os do Olaria, não. Defendem simplesmente por amor à camisa. É louvável? Demais. Porém mereciam mais. 

"O patrocínio é imprescindível para a manutenção do elenco, apesar de nós, jogadores, não recebermos, mas existem diversos outros custos ao clube, como o uniforme, taxas de jogo, treinos, bolas e outros. Por isso, o patrocinador é importante, porque alivia um pouco o peso dos custos do grupo/elenco. Não considero muito um patrocínio, mas sim uma parceria, afinal como os patrocinadores nos ajudam, eles também recebem o retorno através da mídia.", afirmou Rafael Pazos, goleiro do Olaria.

Porém não ache que somente existam problemas nessa modalidade. Óbvio que não. Emoção traduz esse estilo de jogo, embora não tenha 11 em campo. É futebol, meu amigo. Tanto quanto ao de 11 ou 5. A correria, sentimento, torcida, e garra característica do esporte, também é encontrada na Arena. E pra nós, fãs de futebol, essa modalidade é apenas mais uma forma de explorarmos nossa paixão. 

O fut7 alia, assim como nosso futebol convencional, emoção com problemas 'irreparáveis'. Problemas que podem ser resolvidos de forma tão fácil quanto tirar as aspas. Convido você, leitor, a conhecer essa modalidade. Vá acompanhar seu time que participa da competição, porque irá valer a pena. A menos, é claro, que você não curta futebol. O que considero difícil, pois você não teria nem lido essa matéria...

Um grande abraço,

Arthur Guedes.
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