segunda-feira, 25 de março de 2013

Volta, seleção!



Ah, como eu queria que aquela seleção que já tivemos, encantadora, vitoriosa e invejada pelas demais voltasse... Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho em plena forma, Adriano, entre outros craques que faziam daquela seleção uma verdadeira seleção. Aquela sim, fazia todos nós e o mundo parar tudo o que tivéssemos fazendo para assistir e encantar-se. Aquela sim, é a nossa seleção brasileira! Ou melhor, era...

"Ah, Arthur, mas não podemos ficar vivendo de passado.". Verdade! Mas o que dizer dessa seleção atual? Encantadora? Com craques? Consegue parar o Brasil e o mundo? Não, não e não! Essa seleção não honra e  nem consegue representar tudo o que os nossos diversos "antigos" craques conquistaram. Quando na nossa seleção víamos os jogadores tropeçando constantemente na bola? Quando víamos o adversário pintando o sete na nossa área até marcar o gol? Quando nos colocavam na roda? Sim, o mundo evoluiu, e o Brasil não!

E numa situação como esta, a principal coisa que discutem é descobrir/apontar o culpado. Felipão, Neymar em baixa, falta de craques e muitas outras desculpas. Sempre fizemos isso, não é? Copa de 2006 o "culpado" da vez foi o Roberto Carlos, ao invés do preciosismo que rolava lá. Em 2010 os culpados foram o Felipe Melo e Júlio Cesar. É muito fácil colocar a culpa em alguém como se fosse dar a solução. Esta mesmo nunca discutem. E, sinceramente, é por isso que estamos em decadência. A culpa é sempre individualizada, afinal alguém tem que pagar pelo fracasso, não é?

Bom, você viu o jogo de hoje? Gostou? Eu não! A seleção era a favorita e por isso deteve a "iniciativa" da partida, porém não conseguiu transpor esse favoritismo para o campo. A seleção russa vinha bem, e como bem sabíamos, na mão do Capello, tornou-se uma seleção chata de ser batida (chata não quer dizer imbatível, por favor!). Era mais um bom teste para o time de Luis Felipe Scolari. E, de fato, foi para medirmos o nosso ataque.

A nossa seleção sofreu bastante para ultrapassar a marcação (ou seria um paredão) russa. Jogávamos com dois meias de criação ( Kaká e Oscar), dupla tão pedida por todos. Estes não foram mal, conseguindo fazer boas ligações com o pessoal do lado de campo, pois o Fred, foi tocar na bola com perigo mesmo nos 45 do segundo tempo.

Neymar, diferentemente do jogo contra a Itália, participou bem da partida, ora caindo pelas pontas, ora buscando jogo pelo meio, auxiliando os armadores. Hernanes jogou bem melhor também, em relação ao primeiro jogo, chegando mais à frente, afinal a Rússia ficava bem fechada para buscar seus contra-ataques, permitindo a sua subida.

Somente na segunda etapa que o jogo começou, mesmo que de leve, a ficar menos chato. O Brasil tomava ainda mais conta do jogo, pois quando a Rússia conseguia a bola, acabava rifando e devolvia a posse de bola para o Brasil. Porém, do lado brasileiro o mesmo problema ainda perdurava: falta de criatividade. O Brasil rodava, tocava e rodava novamente, porém não conseguia um espaço para chutar. Quando conseguia, tentava os passes e desperdiçava a chance.

E entre tentativas fracassadas de infiltração brasileira, a Rússia emplacou um bom contra-ataque, colocou o Brasil na roda dentro da própria defesa, até Fayzulin marcar. Ali começara o desespero brasileiro, pois na tranquilidade não conseguira passar pela forte marcação, que dirá correndo contra o tempo...

Substituições rolaram, e foi aí que o Felipão errou. O Brasil chegou a ficar sem os dois armadores, que saíram para as entradas de Hulk (Oscar) e Diego Costa (Kaká). Agora, me explica como passaríamos pela fortíssima marcação sem a criatividade dos meias? Logo, respondo-lhe: com uma lateral! Mais especificamente, Marcelo! O lateral esquerdo foi o destaque com boas subidas, bons desarmes e chegara ainda para finalizar. Numa dessas subidas, em uma tabela feita entre ele e o Hulk, Marcelo cruzou e Fred sem goleiro marcou para tirar o peso das costas de Felipão, mesmo que por um tempo. Brasil 1 x 1 Rússia. E assim o placar ficou.

Foram dois bons testes de Felipão, mesmo tendo ocorrido dois empates. O trabalho é difícil e ele sabia disso quando o aceitou. Temos que dar força a essa seleção, pois será por ela ( com algumas mudanças) que torceremos.

Forte abraço,

Arthur Guedes.