sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Papo Firme - Valdir Espinosa

E após longos meses sem o "Papo Firme", cá estamos nós de volta. Hoje, nosso convidado sabe tudo dentro e fora das quatro linhas. Já foi jogador, treinador e comentarista. Tem o carinho e admiração dos torcedores gremistas e botafoguenses. Hoje, o Papo Firme é com você, Valdir Espinosa!
1) Como e quando foi o seu primeiro contato com o futebol? 
Tudo começou com as peladas de rua,as quais eu ia regularmente e por vezes matando aula e irritando profundamente meu pai que me buscava pelas orelhas! rsrsrsrs. O primeiro jogo que assisti foi Grêmio x Botafogo, que coincidentemente vieram a marcar de forma indelével minha carreira.
2) A sua vida como jogador de futebol, mais precisamente, lateral-direto. Como foi ela?
Desde o início joguei pela lateral direita , onde o que mais me agradava mesmo era apoiar, embora marcasse bem. Enfrentei excelentes atacantes. O mais difícil foi Mário Sérgio , por sua extrema habilidade. Eu tinha 2 sonhos: 1) Vestir a amarelinha , o que não alcancei por ser uma época em que havia muitos bons laterais. 2) servir à seleção gaúcha ,o que aconteceu e me realizou. No geral ,foi uma carreira vitoriosa e feliz!
3) Como o jogador, Valdir Espinosa, decidiu tomar a decisão de ser treinador?
Esta era uma ideia que não fazia parte dos meus planos ,até que fui convencido pelo meu companheiro e amigo Adilson. Iniciei a carreira no time em que estava jogando, o Esportivo de Bento Gonçalves, sendo vice-campeão, no ano de 1979.
4) Você sonhava ser um treinador tão renomado e vitorioso como és?
A conquista de títulos fazem parte de nossa vida, pautando todo nosso trabalho, mas confesso que foi realmente marcante haver conseguido os objetivos que alcancei.
5) Quando se fala em Valdir Espinosa, só se ouvem elogios e carinhos. Seja por parte dos botafoguenses, ou pelos gremistas. O que isso significa pra ti?
Isto é realmente muito bom! Eu tenho pelos torcedores um carinho especial e eles me devolvem este mesmo sentimento. É esta a recompensa pelo trabalho realizado. Sou muito feliz por isto!
6) Como treinador, quais amigos você fez e os carrega até hoje?
São muitos e seria tremendamente injusto citar uns e outros não, mas posso te garantir que sou privilegiado neste sentido.
7) E inimigos? Eles apareceram também durante sua caminhada?
Se os tenho, não os conheço. Podem haver sim, mas não sei quem são.
8) Como foi chegar no Grêmio e ser campeão Mundial?
No Grêmio cheguei aos 15 anos e ali fiz minha formação. Saí posteriormente e ao retornar em 1983, conquistando o maior título do clube, foi uma realização e uma enorme satisfação em levar alegria à esta fantástica torcida.
9) Com o elenco que o Grêmio detinha, quando você chegou ao clube a ideia do Grêmio era de ir ao Japão?
Desde o primeiro dia este era o sonho. O trabalho teria que ser intenso e a melhora do plantel era necessária e assim foi concretizado. O sucesso veio com o empenho de todos e foco total.
10) Qual foi a importância do Mundial para ti?
Me colocou no Top dos treinadores, abrindo portas maiores .
11) Qual é a primeira coisa que vem à sua mente quando se fala desse Mundial?
A alegria que foi proporcionada a toda imensa torcida gremista.
12) Qual foi o momento mais difícil?
Nada foi muito fácil, mas um momento peculiar é o fato de conquistar um título de tamanha importância tão distante do torcedor. Isto foi compensado depois na recepção em Porto Alegre!
13) O elenco do Grêmio era muito bom. Como era seu relacionamento com aqueles jogadores?
Todos tínhamos uma cumplicidade no tangente ao amor ao clube. Nos entendíamos, nos respeitávamos e decidimos colocar em primeiro plano, a nossa união em prol do objetivo!
14) Você tem alguma história curiosa vivida lá no Japão que possa nos contar?
Após a vitória, retornamos ao hotel e no entusiasmo da comemoração, pedi champagne. Quando vi a nota, me apavorei e liguei para o presidente dizendo-lhe que estávamos com um problema: ou ele pagava para comemorarmos ou devolveríamos a bebida, pois não tinha dinheiro para arcar com aquela conta. Ele gentilmente pagou e ficamos todos felizes.
15) Como foi chegar no Botafogo, clube que estava há 21 anos sem vencer um título?
Ao chegar encontrei um time abalado emocionalmente e uma única pessoa que acreditava ser possível, parar esta saga de derrotas: Emil Pinheiro! Foi ele o grande responsável e o mais importante elemento nesta conquista, dando tranquilidade e amparo ao grupo todo!
16) O que foi passado pra ti na sua chegada?
Que o Botafogo estava sempre dizendo que havia chegado a hora de vencer, mas nada conseguia e esta seria apenas mais uma tentativa! Alguns me chamavam de louco por aceitar treinar o Botafogo.
17) O clube da superstição. Você, naquele momento, se tornara um supersticioso também?
Sim, naquela época fui totalmente influenciado e cheguei a usar uma mesma camisa branca, durante todo o campeonato.
18) Lendo uma das suas histórias, fiquei sabendo da história do Luizinho com sua camisa do Napolí. Poderia nos contar?
O Luizinho ia sempre para os jogos com a camisa do Napoli, que havia ganho do Maradona e no dia da decisão, quando olhei para ele não vi a tal camisa, ele, para brincar comigo, a escondeu e então a mostrou. 
19) Hoje, assim como no Grêmio, você entrou para a história do Botafogo. Você tem algo a dizer para a torcida alvinegra?
Sou muito feliz com o torcedor alvinegro, pois recebo reconhecimento e atenção da parte deles, seja onde for, até mesmo no exterior!
20) Como comentarista, o senhor já trabalhou no SporTV, PFC, e, mais recentemente, na Rádio Globo. Como foram essas experiências?
Todas foram válidas, pois fiz algo de que gosto muito também! Enfim, curti bastante!
21) A vida de comentaristas é mais fácil que a de treinador?
É diferente: cada uma tem uma determinada exigência.
22) Quais são os planos para o futuro de Valdir Espinosa?
O futuro é o presente, no qual coloco -me pronto a voltar ao campo, para conquistar novos títulos, pondo em prática o que sei e o que penso hoje sobre o futebol! Vide meu blog: www.valdirespinosa.zip.net
23) Se pudesse resumir o Valdir Espinosa em apenas uma palavra, qual seria?
Um cara de FÉ! Um cara que acredita e trabalha para conquistas, junto com Deus!

Bate-pronto:

1) Amor: família
2) Inspiração: Cristo
3) momento inesquecível: nascimento dos filhos e netos
4) momento que destacaria: Seleção Gaúcha 3 X 3 Seleção Brasileira
5) Futebol: títulos

Aqui gostaria de agradecer imensamente ao mestre, Valdir Espinosa, por ter aceito a entrevista e por nos contar diversas histórias. É muito bom poder contar com um cara que sabe tanto de futebol. Muito obrigado, campeão!

Espero que tenham gostado. Peço o seu comentário, pois é de suma importância. E se possível, compartilhe essa entrevista.

Grande abraço,

Arthur Guedes.