domingo, 4 de agosto de 2013

Clássico dos "coroas"

Foto: Mauro Pimentel / Terra
Por diversas vezes um clássico é decidido em uma bola, um minuto ou quiçá por um jogador. Talvez o 'cara' que decida não seja o "queridinho" da torcida. Mas ele decidiu. Ele estava no lugar certo para ir ao "céu". Mas quando "coroas" decidem? Por que o espanto, meu camarada? Seedorf e Juninho são as estruturas de Botafogo e Vasco da Gama. E os dois decidiram novamente.

Ah, sei que alguns já irão resmungar afinal Seedorf fez apenas um dos três gols alvinegros, e o Juninho apenas deu a assistência para o primeiro gol de André. Porém, calma e leia até o fim.

Dizer que o clássico foi dos "coroas" chega a ser uma redundância. Mas apenas parece.
Eu, você e qualquer um que acompanha o futebol, têm a obrigação de concordar que o Vasco e o Botafogo não seriam o time que são hoje sem eles. Eles podem não ter o mesmo pique ou ritmo de antes, afinal o tempo passa para todo mundo. Agora, o legado que cada um deixa é espetacular. E não me refiro apenas fora de campo. Dentro dele, principalmente.

Eu diria que a importância de Seedorf para o Botafogo é a mesma que a de Juninho para o Vasco. Talvez a necessidade de cada um para seu respectivo clube seja o fator que mais difere um do outro. Hoje, o Vasco necessita muito mais do Juninho Pernambucano do que o Botafogo de Seedorf. E vimos um pouco disso neste clássico.

O Vasco da Gama sofreu demais com as saídas de bola. Tanto o Pedro Ken quanto o Eder Luís, pouco auxiliaram o Juninho. E acabou tudo ficando nas suas costas. E aí é que está o problema. O Botafogo não joga toda a responsabilidade no holandês. Ele conta com as investidas do garoto Vitinho ou do uruguaio Lodeiro, que mesmo em má fase traz perigo. O Juninho não pôde contar com ninguém e o Vasco sofreu por conta disso.

Vimos um Botafogo novamente dono das suas ações. Dominando a posse de bola e partida. Sabendo acelerar e reduzir o ritmo. Em certos momentos deu um "calor" no Vasco. Em outros, cadenciava mais. Mas sempre no mesmo estilo. Sempre no toque de bola. E esse também foi um dos diferenciais do clássico.

O Botafogo já detém um estilo de jogo, um entrosamento. São os mesmos jogadores desde o início do ano. O trabalho está nas mãos do Oswaldo de Oliveira desde o ano passado. O Vasco não. Passou por um período ruim e as trocas de treinadores ocorreram. Para muitos, apenas muda o "clima". Mas muda muito mais que isso. Além do mais, chegaram mais jogadores importantes, que estão começando a entrar no time. E isso faz diferença. 

Por esses diferenciais vimos um Vasco perdido e perdendo por 2 a 0 até quase o fim do primeiro tempo. Sim, porque ali aparecera o 'cara' sobrecarregado. Ali aparecera Juninho. O "reizinho" conseguiu bom giro e deixou André sem goleiro para colocar o Vasco na partida.

Mesmo conseguindo o empate novamente com André no início do segundo tempo, o Vasco não tinha forças para trazer perigo ao alvinegro. E após o gol de Rafael Marques logo depois de sofrer o empate, o Vasco não ganharia mais. 

Não ganharia, porque o Juninho a partir daquele momento jogaria machucado. O Vasco já havia feito todas as alterações, e caso ele saísse, o Vasco jogaria com um homem a menos. Mas sua saída representaria muito mais que uma simples perda. 

Mas ele ficou. Mancando, é verdade. Porém, o time do Vasco se machucou junto com ele, e começou a tentar o empate na base do abafa. Entretanto, do outro lado estava o cascudo Botafogo comandado pelo "coroa" Seedorf. E ele esfriou a partida até o fim. Antes, o alvinegro ainda teve chances de "matar" a partida, mas tinha que ser sofrido. Tinha que ser Botafogo.

O alvinegro não reassumiu a liderança da tabela, afinal ele começou a rodada líder. Ele nunca deixou de ser líder, apenas não tinha jogado ainda. Então, comemore, alvinegro. Porque o seu time tem um "cascudo" líder!

Grande abraço,

Arthur Guedes.