segunda-feira, 29 de julho de 2013

Qual Botafogo/Flamengo você quer?

Foto: André Durão / Globoesporte.com
Você, torcedor alvinegro ou rubro-negro, qual Botafogo/Flamengo você quer? Aquele que jogou futebol ou aquele que apenas assistiu? No clássico de ontem nós tivemos dois Botafogos e Flamengos. Ambos escolheram um tempo para jogar e o outro para abdicar-se.  Mas o porquê disso? Vamos tentar entender...

O alvinegro ontem começou dando um banho de bola no Flamengo durante todo o primeiro tempo. Mandando na partida, sabendo a hora de certa de acelerar e diminuir o ritmo na partida. Era um Botafogo encantador, tanto para os torcedores quanto para os admiradores. O Seedorf regia esta equipe que me parecera ter aprendido com os diversos tombos nos anos anteriores. Parecia-me uma equipe madura e cascuda. De fato sabia o que estava fazendo.

E foi nesse ritmo que conseguiu abrir o placar em uma jogada ensaiada de falta, que saiu dos pés do holandês para os pés do "querido" pela torcida, Rafael Marques. Ali o alvinegro é dono da partida e do placar. Ali o torcedor via a sua equipe se impor. Ali tinha o Botafogo que todo torcedor pedia. Mas foi apenas ali, naqueles 45 minutos que vimos o Botafogo "dos sonhos" de cada alvinegro.

Por outro lado, o Flamengo que estava em campo, apenas estava em campo. Não tinha segurança em seus ataques, estava espalhado e bagunçado. Faltava criatividade para conseguir passar pelo "Botafogo dos sonhos" dos alvinegros. Marcelo Moreno e Carlos Eduardo foram praticamente nulos na partida. O boliviano saía muito da área para buscar jogo, afinal o Flamengo não criava e a bola não chegava até ele. E quando chegava, ele não estava lá. Sobre o Carlos Eduardo é melhor nem comentar.

Aquele Flamengo não era o "dos sonhos" dos rubro-negros!

Mas virada a segunda etapa, a situação se inverteu. O Botafogo "dos sonhos" que tanto me encantara pelo seu futebol, decidiu parar de jogar e apenas marcou. Já o Flamengo decidiu jogar bola e se tornar o dos "sonhos". E assim foi toda a segunda etapa.

O Flamengo não ditava o ritmo como o Botafogo. O rubro-negro mandava na partida no estilo abafa. Detinha a posse de bola, afinal ataca e pressionava a saída de bola alvinegra, ocasionando no chutão e recuperação da mesma bola. E o Flamengo emplacou esse ritmo sem parar e o alvinegro apenas tentava se segurar. Mas eu vos pergunto: quem consegue se defender por 50 minutos? Ninguém!

O Botafogo bem que tentou. Primeiro com excelentes defesas do Jefferson. Depois contando com dois gols anulados de Elias. O primeiro muito bem marcado, afinal estava em condição irregular. Mas o segundo, após rever inúmeras vezes, não estava. O bico da chuteira do pé direito de Dória dava condição. Então, por favor, não vamos colocar na conta do bandeira. Ou muito menos na do Papa, que já foi embora.

Mas, como havia dito mais cedo, não há time que aguente uma pressão de 50 minutos. O Botafogo, aos poucos, foi perdendo cada vez mais força de contra-ataque, quando saíra Vitinho para a entrada de Renato. A meu ver, o Oswaldo mexeu mal na equipe, tirando forças ofensivas quando o time já não as tinha.

Entretanto, o alvinegro não sofreu o gol de Elias aos 49' do segundo tempo por conta do árbitro ter dado 5 minutos de acréscimos. O Botafogo sofreu o empate porque abdicou-se de jogar durante 50 minutos. Ali o alvinegro viu aquele mesmo Botafogo de anos anteriores. Sim, aquele que não sabe se impor e que levou diversos tombos por isto.

Por outro lado, o rubro-negro viu uma equipe guerreira no segundo tempo. Viu o time lutar até o fim para conseguir o empate. Mas por que não ter essa garra sempre? Por que essa garra aparece apenas quando está em desvantagem?

Logo, eu retorno a minha pergunta que fiz no começo: você, torcedor alvinegro ou rubro-negro, qual Botafogo/Flamengo você quer?

Grande abraço,

Arthur Guedes.

Um comentário:

  1. Mano deve ter usado sábias palavras no intervalo, estilo Papai Joel, já Oswaldo, apesar de montar uma boa equipe, tem cara de não incentivar muito os jogadores, esse papel cabe mais ao Seedorf.

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