Fred troca o Fluminense (e um
salário de R$ 800 mil por mês) para assinar com o Atlético-MG (para receber um
salário inferior, de R$ 500 mil/mês). Por que o camisa 9, que é ídolo nas
Laranjeiras, faria essa troca após passar sete anos e três meses no tricolor?
O terceiro maior artilheiro do
Fluminense ainda tinha mais dois anos e meio de contrato (que lhe renderia, até
o término, R$ 33 milhões). Tendo em vista que o jogador já possui 32 anos e o
seu padrão salarial dificulta uma possível negociação no mercado brasileiro,
Fred tinha tudo para permanecer, pensando apenas pelo lado financeiro. Mas Fred
não pensou desta maneira.
Após assinar a renovação de contrato
por mais quatro temporadas com o tricolor, em 2015, Fred aceitou uma redução
salarial de R$ 150 mil por mês, enxergando seu salário de R$ 950 mil cair para
R$ 800 mil.
Um pequeno atrito ocorreu na temporada
seguinte, em 2016, quando Fred pediu um aumento de salário para cerca de R$ 900
mil, que em 2017 seria reajustado para R$ 1 milhão. O Fluminense negou diante
da crise financeira que o clube se encontrava, tendo em vista que o tricolor ainda
estava em busca de um patrocinador máster, após a perda da UNIMED.
A negativa gerou um clima ruim
principalmente após o Fluminense abrir seus cofres para contratar jogadores
para o elenco, como o zagueiro Henrique, por exemplo.
Com a chegada de Levir Culpi, em
abril deste ano, o desgaste de Fred ocorreu de forma mais insinuante. O camisa
9 chegou a dizer que não jogaria mais pelo Fluminense enquanto o treinador
estivesse por lá. A crise foi gerida, mas não foi digerida.
Pouco antes de realizar sua
sétima partida, o que o impossibilitaria de negociar com qualquer outro clube do
Campeonato Brasileiro, Fred pediu para ser negociado e viu no Atlético-MG a
oportunidade de retornar ao seu local predileto: Minas Gerais.
A saída de Fred, para o
Fluminense, representa um alívio financeiro. A saída de Fred, para o Fred,
representa uma busca por novos ideais e objetivos. Ele fez tudo o que podia e
não podia pelo Fluminense. Venceu, sendo protagonista, os títulos brasileiros
de 2010 e 2012. Tornou-se o terceiro maior artilheiro do clube das Laranjeiras
após marcar 172 gols em 288 partidas. Conquistou inúmeros prêmios individuais
vivendo umas das suas melhores fases na carreira no Fluminense.
O Fred pode estar se despedindo,
mas sempre estará na história tricolor (quiçá como o maior).
Um grande abraço,
Arthur Guedes.
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